segunda-feira, 13 de julho de 2020

Conto número 6: Talvez a quarentena tenha me deixado louca?

Bom, cá estou eu em mais uma rodada de textos estranhos para serem escritos em um blog que não é atualizado há pelo menos 6 anos. Na verdade eu acredito que esse seja o melhor momento para voltar a escrever, visto que estamos no meio de uma pandemia no ano de 2020. 


Talvez o meu blog seja o melhor lugar para despejar as minhas inquietudes com relação aos meus planos fracassados para esse ano. E não adianta esse discurso moralista de que "Ah, mas você tem todo o resto da sua vida pra fazer isso", não, não tenho e não queria ter que atrasar tudo que eu tinha planejado. 

Tá, agora você se pergunta (e provavelmente me julga): "Ih, alá, a burguesinha tá triste porque não vai fazer as viagens que queria esse ano!" ou então: "Se toca garota, é por um bem maior!". Sim, eu sei que é por um bem maior, e não, eu não desrespeitei a quarentena, que isso fique claro para os meus leitores do futuro. 

A verdade é que eu tinha feito planos, sim, porque 2020 era o ano em que eu realmente iria ter possibilidade de realizar alguns sonhos. Entre eles: 
  1. Iria me graduar na faculdade, finalmente. 
  2. Iria realizar um estágio no exterior, e ademais disso, realizar um intercâmbio, que sempre foi um dos meus sonhos. 
  3. Depois do intercâmbio iria viajar de mochilão pela Europa com duas das minhas melhores amigas. 
  4. Além de iniciar minha vida de campings, iria conhecer lugares lindos do Brasil por ter acabado de conhecer um ótimo e confiável grupo de trilhas. 
  5. Iria FINALMENTE conhecer o meu melhor amigo virtual da época do Orkut, que já converso há pelo menos 11 anos.
Todos esses planos foram brutalmente assassinados. A faculdade cancelou as aulas uma semana antes da data de apresentação do meu TCC, meu intercâmbio teve de ser adiado e corre o risco das fronteiras internacionais nunca mais se abrirem para o Brasil, minhas amigas desistiram da viagem, campings?! só em sonho mesmo, e pra conhecer meu amigo agora só o destino vai me dizer quando. 

Só de escrever sobre isso eu já me sinto um pouco menos frustrada, pois não é do meu feitio reclamar disso com pessoas próximas. Realmente, escrever é uma válvula de escape e me faz perceber que sim, eu posso me sentir triste por ter que adiar meus planos e sonhos e não sou uma pessoa ruim por ter esses sentimentos. 

Não vou nem dizer que espero que as coisas melhorem ainda esse ano, porque acho muito pouco provável, mas espero sim que o mundo esteja um pouco melhor depois que essa pandemia acabar. E quanto a mim? Também espero sair melhor dessa quarentena, porque até o momento o que tá acontecendo é só que a minha vida está se esvaindo e eu não sei fazer nada a respeito disso, e não estou sendo dramática, somente estou triste e com tempo demais disponível. 

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Conto número 5: O meu cabelo

  
O meu cabelo
O meu cabelo é meu
O meu cabelo sou eu

O meu cabelo me significa
E me dá significado
É o ponto de ruptura da minha personalidade
Sou eu de todas as formas,
Sou eu de todos os jeitos

O meu cabelo não significa tudo
Mas é o meu significado
É o modo como eu me vejo
Eu estou na forma que o ajeito

O meu cabelo é meu
Eu sou o meu cabelo
E de todas as formas que posso vê-lo
A visão mais importante está no meu reflexo no espelho
Sou eu, crescendo igual ao meu cabelo
Sou eu, eu e meu cabelo

Não é só sobre cabelo
Nunca é só sobre cabelo
É conhecer
É aceitar

O meu cabelo me deu uma chance
A chance de mudar
O meu cabelo sou eu
Eu sou o meu cabelo
 Por isso, a essa mudança
Eu sempre agradeço.

Paula Caroline
30/08/2017

sábado, 26 de outubro de 2013

Conto número 4: Minha experiência com o Dota

Não é nada agradável começar um jogo novo quando você já está totalmente acostumada com a mecânica de um tipo de jogo totalmente diferente. Ou no meu caso, os jogos são parecidos, mas ao mesmo tempo são diferentes.  

Estou falando de Dota 2 e League of Legends, dois jogos que são inimigos mortais, sem brincadeira alguma. Jogo LoL há 8 meses, e desse tempo pra cá, fiquei muito viciada nesse jogo, a ponto de não sair de casa pra ficar jogando a madrugada toda, e até hoje faço isso, pra ser sincera. Mas essa não é a questão, com o LoL, foi uma coisa fácil e rápida de se aprender, de pegar as "manhas" dos personagens e, principalmente, de se jogar.

Com o Dota, eu não estou tendo a mesma sorte. E é triste admitir isso, mas eu sou uma verdadeira noob nesse jogo. Huahauah! Baixei a Steam e o jogo essa semana, e só pra baixar já foi um sacrifício terrível! Da primeira vez que tentei, meu notebook suspendeu a tela durante um certo tempo, e puf! O download cancelou. Da segunda vez, acabei tendo que fechar a Steam pra desligar o notebook (mas admito, na verdade eu queria mesmo era jogar lol) e estava com a esperança de que o download iria continuar de onde eu pausei, doce esperança frustrada... E na terceira, e derradeira vez, eu consegui baixar, mas tive que deixar o meu notebook ligado por 1 dia e meio! Que foi o tempo que levou pra baixar o bendito. E acreditem, meu pai não gostou nem um pouco dessa história.

Até que o jogo baixou. E eu fui jogar. Comecei como todo mundo, no tutorial. E no tutorial foi tudo bem tranquilo, tinha as dicas, e etc, fui bem. Mas ai, decidi jogar algumas contra bot, nesse mesmo dia. Estava com uma esperança dentro de mim de que eu sabia o que estava fazendo, porque eu já tinha uma base em jogos MOBA, que era a do LoL. Doce sonho... Levei uma surra, dos bots FÁCEIS. Fiquei realmente frustrada, pois não era o resultado esperado. Mas não desisti, continuei jogando ~all day long~ contra bots, e não teve uma única partida na qual eu conseguisse farmar bem ou não ficar negativa. 

A questão é: Por que eu não consigo me sair bem no Dota, mas me saio extremamente bem no LoL? Essa é uma pergunta difícil. Mas eu não irei desistir do meu destino no Dota, pois mais cedo ou mais tarde, assim como foi no LoL, eu vou acabar aprendendo.

E tem mais, os champs dos dois jogos são bem parecidos, apesar dos gráficos de Dota serem melhores. É bem chato perceber isso, pois até pouco tempo atrás eu fazia parte dos que odiavam Dota. Mas decidir por jogar um jogo, não quer dizer que eu vá abandonar o outro, e não irei mesmo. Até porque o Dota ainda não me conquistou totalmente, espero que quando eu pegar o jeito com algum personagem, o jogo acabe por me deixar viciada, assim como foram com todos os outros jogos que eu já joguei.

O jogo é realmente muito bom, mas não sei... Preciso tirar esse preconceito que existe entre jogadores de LoLxDota de dentro de mim pra poder aproveitar de verdade o que o Dota pode me oferecer.  E sei que isso não vai ser nada fácil, e que eu não vou contar com o apoio dos meus amigos porque todos eles jogam LoL, mas jogar solo é algo que eu já estou acostumada, então não vai ser difícil, eu acho. Mas não será a mesma coisa, pois quando eu comecei no League, eu tive o apoio dos meus amigos desde o level 2 ou 3, e eles me ajudaram em tudo, em builds, em pvp, em personagens e em farm. E no Dota eu não tenho isso. Ou seja, vai ser realmente um esforço triplamente difícil, porque eu vou fazer tudo sozinha.

Mas esperança é algo que não me falta, muito menos força de vontade. E é isso ai, espero que a minha experiência com o Dota daqui por diante seja positiva. E que eu ao menos consiga fazer uma "mega-matança, alguém por favor o mate!" <3

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Conto número 3: Paula, uma visão antropofágica

"Tão difícil quanto praticar o ato do canibalismo em uma era de pessoas tão preocupadas com os direitos humanos, é o ato de tentar descrever alguém. Paula é uma das minhas restrições canibalísticas, e não vejo forma melhor de descrevê-la, do que deixando isso bem claro. 

Quando a conheci, estava a procura de uma vitima para o meu ritual de todas as quartas feiras, e lá estava ela, sentada em um ponto de ônibus comendo um cachorro-quente pouco apetitoso (mas que segundo ela, era ótimo). Me aproximei, tentando deixar claro meu tom ameaçador, porém, logo depois percebi que ela tinha no ouvido fazendo um barulho estrondoso, dizem que se chamam "fones de ouvido ao som de rock". 
Continuei encarando-a por longos 12 minutos, até que ela pareceu notar minha presença. Devo dizer que ela é realmente muito desligada. Ela me encarou de volta e perguntou porque eu estava olhando para ela. Vejam só! Além de tudo, é chata! Ao ver que a boca dela estava suja, logo decidi que ela não era pra ser o prato principal do meu cardápio. 

Passei algum tempo sem ter resposta para o que ela dizia, por isso decidi não falar nada, mas parece que ela ao contrário de me achar ameaçador, me achou simpático, e decidiu puxar assunto comigo, que menina louca... Mas acabei cedendo. Passamos algumas horas conversando. Contei para ela que pensava em matá-la para o meu ritual, mas ela apenas riu da minha cara sarcasticamente e me comprou um milk shake, que louca."



Texto apresentado a Professora Liz, da disciplina de língua portuguesa do IFBA, na aula de redação. 


    Bem, um pouco cômico, não é? A ideia principal era fazer uma autobiografia, e haviam duas propostas, uma em minha própria perspectiva, e outra, na perspectiva de alguém. Decidi pela segunda opção, e uma onda literária fluiu em mim, assim criando essa história. Nada melhor do que falar de você mesmo implicitamente no corpo de um canibal não existente.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Conto número 2: Triste Fim de Policarpo Quaresma

Olá moços, senhores, senhoras, donzelas, animais super inteligentes e afins! Hoje, depois de quase 1 mês sem postar nada, eu decidi dar uma atualizada nisso daqui. Contando o fato numero 1 de que eu estou sem imaginação, está tudo normal. 
Seguinte! Segunda feira agora (24/09) eu vou apresentar um seminário sobre a influência da lingua tupi no idioma brasileiro. E enquanto eu fazia uma pesquisa rápida pra me situar no assunto e saber o que falar lá na hora, me veio a cabeça o seguinte livro: "TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA", do Lima Barreto. 
Sim, é exatamente um daqueles livros chaaatissimos que você é obrigado a ler nas aulas de literatura da escola e ainda tem que fazer uma prova sobre o mesmo. Bom, eu não penso dessa maneira, na verdade, eu adoro quase todos os livros paradidáticos que o colégio pede pra gente ler ao longo da vida. E não é brincadeira, não mesmo. Eu li quase todos os livros do José de Alencar sem precisar o professor ficar mandando, e por incrivel que pareça, curti muito cada um deles.
Enfim, cada livro tem a sua magia, e Triste Fim de Policarpo Quaresma é um desses também. Devo admitir que o começo do livro não anima muito, mas quando você vai folheando as páginas, uma história interessante começa a sair dali de dentro, um desenrolar bastante interessante, inclusive. 
Enfim, eu li esse livro durante a greve de 3 meses dos institutos federais, junto com vários outros clássicos da literatura brasileira que encontrei aqui em casa. Vou dar um breve resumo sobre o mesmo:

Cena do filme: "Policarpo Quaresma, Heroi do Brasil."
"Triste Fim de Policarpo Quaresma é um romance pré-modernista, considerado por alguns o principal representante desse movimento (VALEU, Wikipédia!). É um livro extremamente nacionalista. O personagem principal desse livro nutre uma paixão avassaladora pelo seu país, tão avassaladora que ele não chega a fazer coisa nenhuma que não seja considerada verdadeiramente brasileira de raiz! Algumas das ações do mesmo são um pouco exageradas, mas isso dá um ar cômico a leitura, e se você não ler com preconceitos, pode até dar algumas risadas em alguns trechos, de tão engraçados e sarcásticos que eles soam ao mesmo tempo. Policarpo passa a maior parte do seu tempo lendo livros sobre o Brasil (era de se esperar, né?), e tem uma biblioteca gigantesca apenas com livros brasileiros. Logo depois ele contrata um violeiro para o ensinar a tocar e cantar algumas serestas (brasileiras, obviamente), tanto que em um trecho, ele fica muito decepcionado ao perceber que uma das serestas que o amigo violeiro cantava era de origem portuguesa. O ápice da história, na minha humilde opinião, se dá quando Policarpo, com aquela cabeça patriota dele, decide por si próprio que o Tupi deveria ser a lingua oficial do país! E chega até a mandar uma carta para o presidente pedindo a mudança do idioma! Logo depois disso ele foi levado a um hospício, e começou a ser visto como um homem doente aos olhos de toda a sociedade carioca da época. Well, após sair do manicômio, Policarpo decide ir trabalhar no campo, levando sua irmã junto... A pobrezinha já era sozinha e só vivia pro irmão, imagina a vida da moça na roça? Antisocialismo desde sempre! O que o protagonista não entende, é que o terreno do seu sitio não é fertil, mas ele decide a todo lucrar com colheitas ali, e sem nenhum fertilizante. E, excentrico do jeito que é, acabou se metendo em mais confusões com as pessoas daquelas terras. A terceira e ultima parte do livro, se dá quando Policarpo decide voltar ao Rio de Janeiro para servir o governo durante a revolta. Obviamente, ele tinha várias ideias para ajudar na revolta, mas nenhuma delas era aceita, o que o deixou meio revoltado e o fez entrar na guerra, onde ele acabou matando um civil. E no final, Policarpo, com sua sede de nacionalismo, acaba preso injustamente, por falar demais! E o pior, por algo que era verdade, mas que não devia ser revelado. Ou seja, traição! Por já ser mal visto, ninguém quis o ajudar, nem mesmo sua afilhada, Olga, que tinha uma admiração imensa pelo padrinho. Implicitamente na história, já se percebe que Policarpo acabou sendo morto a pedido do presidente. O que é bem triste, já que ele era a prova viva do nacionalismo, coisa que já não se tem muito hoje em dia, a não ser em época de copa do mundo, quando todo mundo resolve torcer e amar o Brasil."


E esse é o meu resumo/resenha crítica que eu tentei fazer sobre o livro, não sei se ficou bom, não tenho muita experiência nesse assunto. Mas espero que esteja aceitável. O livro inclusive me fez pensar: "Como seria nossa vida hoje em dia, se as mudanças de Policarpo tivessem sido aceitas?" Com certeza nós seriamos mais patriotristas... Falaríamos uma lingua indigena, porém nossa, dáriamos mais valor as nossas terras férteis, e a política talvez não estivesse tão hipócrita e sensacionalista como é nos dias de hoje. É um livro que nos faz pensar, ou me fez pensar... Pelo menos. É uma leitura meio chatinha, porém que vale muito a pena no final. E nos dá meio que uma liçãozinha pra vida. 

That's it, guys! Vejo vocês na proxima postagem, e me desejem sorte no meu seminário segunda.